Nesse último dia, todos os olhares voltaram para o leste europeu. Dois países declararam guerra um contra o outro, já criando a perda de vidas humanas. Entendemos o quão sério é esse assunto, mas também se faz necessário entender como o conflito Rússia e Ucrânia afeta a economia.
Entenda o conflito Rússia e Ucrânia
Vamos primeiro entender o que está acontecendo antes de explicarmos como o conflito Rússia e Ucrânia afeta a economia.
O histórico de Rússia e Ucrânia tem raízes muito mais antigas do que vimos nas últimas semanas. A relação desses dois países começou a ser afetada já em 1991, no dia 21 de agosto, quando a União Soviética foi desfeita completamente, tendo seu território dividido em vários países.
A Ucrânia era um território chave para o país socialista, devido a sua grande concentração do setor industrial, agrícola e bélico, movendo a maior parte da economia além de ser responsável pelo abastecimento do armamento.
Apesar da separação, muitos ucranianos continuam com a cultura russa, principalmente aqueles que viviam próximos da fronteira, criando um certo sentimento de proximidade com os russos. Entretanto, essa camaradagem não correspondia ao restante do país.
No ano de 2013, a Ucrânia passou por uma revolução/golpe político (os historiadores e especialistas ainda debatem sobre isso), chamada Euromaidan. A ação juntou uma série de protestos por parte dos cidadãos para tirar o presidente da época, Víktor Yanukóvytch, pelos casos de corrupção.
Yanukóvytch era abertamente favorável à Rússia e um importante aliado, a população começou a se mostrar mais contra seus vizinhos, alimentando uma semente que cresceria rapidamente.
Desde os anos 2000, houve tentativas de incluir a Ucrânia na OTAN, mesmo que tenham sido firmados acordos informais com a Rússia que isso não aconteceria em 1990, que havia feito essa promessa era o governo dos Estados Unidos.
Por falar nele, os Estados Unidos sempre se mostraram favoráveis a inclusão da Ucrânia na OTAN, seria um ganho político favorável a eles, além de deixar um recado entre as entrelinhas.
Após anos negando o convite, para evitar conflitos com a Rússia, o presidente atual da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, considera em aceitar fazer parte da organização para ganhar os benefícios, principalmente, do quinto artigo, princípio de defesa coletiva, ou seja, em casos de guerra, o país teria apoio de potências militares poderosas, incluindo os Estados Unidos.
Só o flerte de Zelensky de entrar na OTAN, provocou a raiva de Vladimir Putin, que mandou tropas cercaram a Ucrânia. No dia 24 de fevereiro de 2022 foi o estopim.
O governo ucraniano ainda não conseguiu aceitar ou negar o convite da OTAN, a Rússia atacou seu território antes mesmo que pudesse tomar uma decisão. Por enquanto, a Ucrânia ainda não faz parte da organização.
Este é só o resumo de toda a história, vale a pena pesquisar mais sobre o conflito se você tiver interesse.
Conflito Rússia e Ucrânia afeta a economia
Trata-se de uma questão muito complexa, então vamos apenas mostrar um panorama sobre como o conflito Rússia e Ucrânia afeta a economia mundial.
O que tem mais preocupado os economistas nesse conflito entre países, é o fato da Rússia ser o terceiro maior produtor e segundo maior importador de petróleo. Essa ação contra a Ucrânia já fez elevar o preço do barril em 8%, ultrapassando os US $100, evento que não acontecia desde 2014, preocupando o mercado de commodities.
Os índices acionários da Europa e Nova York estão em constante queda, até moedas virtuais como o bitcoin, que teve seu menor valor do mês, chegando a valer US $34.324.
O preço do petróleo na Brent e WTI chegaram a preços assustadores de US $102,25 o barril, aumentando em 5,37%, e US $95,46 o barril, com o aumento 3,65%, respectivamente.
O índice VIX, uma espécie de termômetro de risco de mercado nas opções de S&P 500, chegou na marca recorde de 20%.
A Rússia também é o maior fornecedor de gás natural da Europa, sendo o responsável pelo fornecimento de 35% do continente inteiro, com o conflito, o recurso teve o aumento de 40%.
Não se sabe se ou quando a situação irá normalizar, caso ocorram mais ataques, a tendência é piorar o mercado.
E o Brasil? Como fica?
No Brasil a situação fica mais preocupante ainda. Devido à alta do dólar e do combustível que já enfrentávamos pela inflação, a tendência a ficar ainda pior.
O Banco Central deverá ter muito cuidado com os próximos passos, pois além da inflação, terá que se preparar para os futuros conflitos de guerra que se instauram no leste europeu.
O debate da desoneração do combustível deve voltar com mais força, oferecendo uma possível solução.
Apesar de a Rússia não ser o principal fornecedor de gás natural para o Brasil, isso também deve afetar o preço do produto nos nossos mercados, ficando mais caro.
Outra questão é o fato do Brasil importar 80% do fertilizante da Rússia, o maior medo é do país europeu cortar esse investimento, sendo que a maior parte da economia brasileira deriva do agronegócio.
A ministra da agricultura, Tereza Cristina, comunicou em entrevista à CNN, que está se preparando para essa possibilidade e pretende aumentar a demanda dos outros países fornecedores, como Canadá e Irã.
Se for cortado o fornecimento do fertilizante, tanto os preços dos alimentos quanto a economia do país podem piorar mais ainda. Um dos maiores temores é o aumento da fome que o Brasil tem enfrentado nos últimos anos.
Assim como o cenário global, o futuro econômico do nosso país é totalmente incerto. O único conselho que podemos dar a você, cara leitora ou leitor, é que caso necessite de maior orientação dos seus investimentos nesse momento caótico, recomendamos que procure ajuda especializada, pelo menos até os conflitos se acalmarem.
A única coisa que podemos fazer no momento é acompanhar o conflito Rússia e Ucrânia que afeta a economia, torcendo pelo melhor, mas aguardando pelo pior.
Nós da Sevilha desejamos que essa guerra acabe logo, que o número de mortes não aumente, que os feridos se recuperem, pois, investimentos conseguimos recuperar, mas vidas humanas, não.